CHACINA DE SORRISO Defesa da família de vítimas da “Chacina de Sorriso” garante imparcialidade do júri popular
O advogado Conrado Pavelski Neto, representante legal de Regivaldo Batista Cardoso — viúvo de Cleci Calvi Cardoso e pai de Miliane, Manuela e Melissa Calvi Cardoso — afirmou nesta semana que o júri popular do réu Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado da chacina que chocou Sorriso, será imparcial e deve ocorrer na cidade como previsto. A declaração rebate pedido da Defensoria Pública, que tentou transferir o julgamento para Cuiabá, sob o argumento de que a ampla cobertura midiática poderia influenciar os jurados ou comprometer a segurança do réu.
Gilberto está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE) e será julgado por estupro e assassinato de quatro mulheres da mesma família. Segundo Pavelski, o pedido da defesa do acusado não se sustenta. “Os próprios desembargadores afirmaram que a divulgação do caso é de cunho nacional. Em Cuiabá ou em qualquer outro lugar, todos já sabem dos fatos. Os jurados não julgam com base na mídia, mas nas provas constantes nos autos”, afirmou o advogado.
Histórico do réu e estrutura de segurança
Gilberto dos Anjos já enfrentou dois júris populares em 2024: um em Mineiros (GO), pelo assassinato do jornalista Osni Mendes, em 2013, e outro em Lucas do Rio Verde, por estupro cometido em 2023. Em ambos, os julgamentos ocorreram sem intercorrências de segurança.
“Alegar que Sorriso não tem estrutura para um júri dessa magnitude não condiz com a realidade. O Estado tem a obrigação de garantir a segurança do réu e da sociedade, e Sorriso está preparada para isso”, reforçou Pavelski.
O jurista também destacou que, caso o julgamento fosse transferido, haveria um grande impacto na logística da família das vítimas, que reside em Sorriso e acompanha de perto todo o andamento do processo.
Crime bárbaro e provas contundentes
Conhecido como a “Chacina de Sorriso”, o crime ocorreu após o réu invadir a casa da família e estuprar e matar a mãe e suas três filhas. A acusação aponta qualificadoras graves, como feminicídio, meio cruel, recurso que dificultou a defesa das vítimas e o cometimento dos crimes na presença de familiares.
“O crime foi cometido com brutalidade extrema. Há provas contundentes que sustentam cada uma das acusações. As quatro vítimas estavam vulneráveis, e a execução ocorreu de forma planejada e cruel”, explicou o advogado.
Por questões de segurança e estratégia jurídica, Pavelski preferiu não divulgar todos os detalhes das qualificadoras, mas adiantou que a acusação está sólida.
Julgamento será em 7 de agosto
O julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos está marcado para o dia 7 de agosto, em Sorriso. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) já negou o pedido de desaforamento, mantendo o júri na cidade.
Sobre a presença do público e a possível transmissão do julgamento, Pavelski afirmou que ainda não há definição oficial. Caso ocorra a transmissão online, trechos mais sensíveis e com conteúdo impactante deverão ser editados, por conterem informações que envolvem dados sigilosos e cenas consideradas extremamente fortes.

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